Declaração foi feita durante sua posse na Alerj como governador efetivo do Estado do Rio após impeachment de Wilson Witzel, destituído do cargo por crime de responsabilidade pelo Tribunal Especial Misto
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deu posse, neste sábado (01/05), ao governador Cláudio Castro, para exercer o mandato até dezembro de 2022. A cerimônia ocorreu no dia seguinte ao impeachment do ex-governador Wilson Witzel, destituído do cargo por crime de responsabilidade pelo Tribunal Especial Misto. Castro foi eleito vice-governador do Rio nas eleições de 2018 e atuava como interino desde o afastamento de Witzel em agosto de 2020.
Na abertura da sessão solene, foi feito um minuto de silêncio em memória das vítimas da pandemia da covid-19. O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), reforçou a importância da união entre os Poderes da República em prol da sociedade fluminense, no momento em que o estado bate recordes negativos: o Rio de Janeiro tem um dos maiores índices de desempregados do Brasil e registrou, em abril, o maior número de mortes por covid em um mês desde o início da pandemia.
“Essa situação só mudará se houver a união de todos. Da sociedade civil organizada, dos estados, dos municípios, do governo estadual, prefeituras, poderes legislativo e judiciário, e também do governo federal”, afirmou.
Em seu discurso de posse, Castro lamentou as mais de 43 mil vidas perdidas com a pandemia e destacou a necessidade de uma boa relação como Legislativo.
“A população exige um governo sólido, sustentável, de diálogo; um governo que estimule a geração de empregos, que ofereça saúde e segurança; que invista na educação dos nossos jovens e que trabalhe em conjunto com todos os poderes”, disse.
O governador anunciou compromissos de sua gestão, citando a disposição de ampliar a imunização da população contra a covid-19 e o número de leitos nos hospitais. Também se comprometeu com um “pacto pela recuperação econômica”. Afirmou que pretende iniciar este mês o pagamento do auxílio emergencial aprovado pela Alerj, Supera Rio, e anunciou o lançamento do programa de segurança pública Bairro Seguro.
União de esforços pelo Rio de Janeiro
Ainda em seu discurso, o presidente Ceciliano destacou os esforços da Alerj para apoiar o estado, como a devolução de R$1,5 bi para o Estado investir em áreas prioritárias, como Saúde, Segurança e Educação e a aprovação do auxílio emergencial Supera Rio. O parlamentar também lembrou a importância de o Governo Federal apoiar os esforços de desenvolvimento do estado e aproveitou para reforçar, num pedido ao ministro da Economia Paulo Guedes, a necessidade de renovação do Regime de Recuperação Fiscal em condições mais favoráveis do que as previstas na Lei Complementar 178.
“De 2017 até 2020, quando o regime deveria ter sido renovado, o Rio conseguiu aumentar a sua receita em 18% e reduzir suas despesas com pessoal em R$ 1,1 bilhão. Entretanto, isso não garantiu a renovação do acordo”,finalizou.
Trajetória política
Filiado ao PSC, o governador Cláudio Castro tem 42 anos, é advogado, católico e autor de dois álbuns de música religiosa. Castro entrou na política em 2004, quando foi chefe de gabinete do então vereador e hoje deputado Márcio Pacheco(PSC).O deputado presenteou o governador com uma réplica do carro que Castro usava em suas campanhas no início da vida política.
“Eu conheço muitas qualidades do nosso governador, uma delas é que ele sabe dirigir muito bem. É um presente para que vossa excelência se lembre da nossa trajetória e dirija o Estado do Rio com a mesma maestria que dirigia esse carro há quase 20 anos”, disse.
Castro se elegeu vereador, em 2016, com 10.262 votos e assumiu seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio. Em 2019, com 40 anos, Castro foi empossado como mais jovem vice-governador fluminense da história.
Participaram da cerimônia, além de parlamentares estaduais e federais, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJRJ),desembargador Carlos Henrique Figueira; o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Rodrigo Melo do Nascimento; os secretários da Casa Civil, Nicola Miccione, de Governo, André Lazaroni, e de Justiça, Sérgio Zveiter; entre outras autoridades.