No sábado, dia 21, quando os brasileiros comemoram o dia da árvore, produtores rurais de Lídice, distrito de Rio Claro/RJ, vão receber mais de 175 mil reais em retribuição financeira do programa Produtores de Água e Floresta (PAF), do Comitê Guandu-RJ. Desenvolvido na localidade há 10 anos, o PAF promove a recuperação e a conservação ambiental de biomas por meio do PSA (pagamento por serviços ambientais). Só em 2019, considerando o pagamento deste sábado, o programa terá retribuído mais de 350 mil reais aos 64 produtores participantes. Ao todo, o PAF já resultou na recuperação e conservação de mais de quatro mil hectares de Mata Atlântica.
A cerimônia de pagamento vai acontecer as 9h na Casa de Cultura de Lídice, localizada na rodovia Francisco Saturnino Braga, n° 845. Além dos produtores participantes, estarão presentes representantes da Prefeitura de Rio Claro/RJ, do Comitê Guandu-RJ e da empresa Água e Solo, nova executora do programa. A proposta do programa é bem simples: o modelo usuário-pagador e provedor-recebedor. O município seleciona as propostas, a executora faz um estudo nas propriedades, capacita os proprietários e oferece apoio técnico para a conservação/recuperação florestal. O produtor recebe uma retribuição financeira pelos serviços ambientais providos pelas áreas de sua propriedade cobertas por vegetação nativa, gerando renda a população local. Com isso, o PAF tem conseguido gerar ganhos ambientais e sociais na localidade.
Durante a cerimônia, além do pagamento aos participantes e sorteio de brindes a todos os presentes, os produtores receberão uma boa notícia. O Comitê aprovou uma nova metodologia de valoração dos pagamentos por serviços ambientais, o que vai gerar maiores ganhos ambientais. A engenheira florestal Gabriela Teixeira, da secretaria executiva do Comitê, responsável técnica do programa, vai explicar a mudança dos cálculos aos produtores participantes: “ao longo desses dez anos de projeto, muitas lições foram aprendidas e, com base nesse aprendizado, percebemos que estava na hora de realizar mudanças e melhorias. Começamos pela metodologia de valoração, partindo do princípio que ela precisa incentivar uma gestão integrada da propriedade para que os ganhos na provisão de serviços ambientais sejam ainda maiores. Pelo fato de desempenhar importantes funções no comportamento hidrológico de bacias hidrográficas, a cobertura florestal costuma ser o principal alvo das ações de projetos de PSA. Entretanto, a água presente nos cursos d’água é resultado das condições de uso do solo de todas as áreas de uma bacia hidrográfica. Com a nova metodologia de valoração, o projeto também irá olhar para áreas das propriedades destinadas à produção, incentivando os proprietários a adotarem práticas conservacionistas, de modo a melhorar a provisão de serviços ecossistêmicos e, também, a produtividade e a rentabilidade das propriedades”, explicou a responsável técnica do PAF.
Só em Rio Claro/RJ o Comitê Guandu-RJ já investiu mais de dois milhões e meio de reais no programa Produtores de Água e Floresta. Devido aos bons resultados o programa foi ampliado. 30 produtores já foram selecionados nos municípios de Mendes, Vassouras e Paulo de Frontin/RJ. A meta é a preservação de cerca de mil hectares de matas e a recuperação de cinquenta hectares, na sub-bacia de Sacra Família. Os rios dos municípios onde o programa é desenvolvido são contribuintes à bacia do Guandu-RJ, responsável pelo abastecimento de mais de nove milhões de pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro.