De origem caiçara, Thalia Poliphemo é professora de ballet do Projeto Social da UPP Frade (Angra dos Reis), e em outras comunidades do Rio e ainda auxilia mulheres vítimas de violência
Ainda pequena, a caiçara de família de pescadores artesanais da Praia Grande da Cajaíba em Paraty, não imaginava que alguns anos mais tarde estaria ajudando a transformar a vida de muitas famílias. Pois assim é o dia a dia de Thalia Poliphemo Oliveira, de 24 anos, a jovem estudante de direito da UFRJ que trabalha incansavelmente para mudar a triste realidade de mulheres e crianças carentes de comunidades onde a violência se instalou.
Pesquisadora da área de Segurança Pública, ela defende a polícia de proximidade, que acabou gerando inúmeras vitórias, tanto para a polícia quanto para a comunidade. E foi assim que Thalia ganhou condecorações e o Título de Amiga do Batalhão. No currículo, ainda consta um Brevê do Bope (Batalhão de Operações Especiais), homenagem na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio) e um ótimo relacionamento no setor de segurança pública.
“O policiamento de proximidade, também conhecido como policiamento comunitário, é uma estratégia que aposta numa relação entre as populações e as forças de segurança, com o objetivo de prevenir a criminalidade”, ressalta.
Para que a relação comunidade x polícia obtenha resultados a curto, médio e longo prazo, ela aposta num convívio diário e próximo entre moradores e policiais. “Na prática, o conceito de proximidade funciona com a aproximação da polícia dentro da comunidade em que ela atua, podendo implementar as ações sociais. Por exemplo, um policial vai e distribui desenhos para uma criança, então ali ela já gera um impacto diferente, aquele cidadão vê a polícia de forma diferente”, enfatiza.
No entanto, somente a presença da polícia na comunidade não resolve o problema. Por isso, Thalia acredita na força do Estado, dos agentes educacionais, culturais e sociais. “Eu creio que a segurança pública se constrói com cultura, esporte e educação. E essa base precisa e deve estar forte. Esse fomento de políticas públicas dentro das comunidades é importante para dar outra perspectiva de vida para os moradores que vivem a mercê da violência e vulnerabilidade social. A segurança pública é um dever e responsabilidade de todos e por isso deve ser construída junto da população”, garante.
TCC: Segurança Pública nas Favelas e o Policiamento Comunitário como Prevenção do Crime
Além de ser Promotora Legal Popular (PLP) e prestar auxílio voluntário para mulheres vítimas de violência, Thalia Poliphemo atende e orienta cerca de seis mulheres por dia, tendo uma assistida desde 2020. Conhece como poucos a Lei Maria da Penha, os direitos e deveres previstos na Constituição Federal e está focando seu TCC na área de segurança pública.
“Eu sou promotora legal popular, formada pelo curso de formação da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, 8° turma de promotoras legais populares. E tenho atendido algumas mulheres que recorrem a mim, eu oriento dentro do limite que posso e as encaminho para os setores responsáveis. Tenho sempre a parceria dos policiais da Patrulha Maria da Penha, quando a assistida possui a medida protetiva ou em alguns casos aciono uma viatura do patrulhamento ostensivo pra atender a ocorrência e acompanhar a vítima até a delegacia.”
Para levar seu trabalho de auxílio, informação e a rede protetora ainda mais longe, Thalia está terminando a graduação em Direito pela UFRJ. Seu TCC tem o foco na área de Segurança Pública nas favelas.
O Promotoras Legais Populares (PLP) é um projeto cuja finalidade imediata principal é a capacitação de cursistas, mulheres das mais variadas origens, em noções de direito, gênero, cidadania e libertação, para que se formem promotoras legais populares que atuam na defesa dos direitos femininos e na transformação.
Parabéns! Que Deus te dê sabedoria para seguir ajudando todos que precisa de apoio, pessoas com conhecimentos específicos sobre vários tipos de agressões.