Estado ocupa segunda posição no ranking nacional de maiores produtores; região de Nova Friburgo e Bom Jardim, lideram no estado com flores e rosas; Brasil de 8 mil produtores, 200 mil empregos e gera bilhões em riqueza no negócio flores
A chegada da primavera, que começa oficialmente na tarde desta quarta-feira, dia 22, é cercada de muita expectativa entre os produtores de flores fluminenses. E, para quem busca um suporte capaz de aumentar a produção, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pesca e Abastecimento oferece o Programa Florescer, uma das linhas de crédito do Agrofundo, com empréstimos a juros baixos.
O Rio de Janeiro é um dos principais estados na produção de flores no país e ocupa a segunda posição no ranking nacional da atividade. Com uma produção diversa, abrange vários segmentos, tais como: flores de corte, folhagens, planta forração, plantas de paisagismo, plantas de jardim e grama.
O carro-chefe no estado está na produção de flores de corte, principalmente na Região Serrana. Nova Friburgo figura, de uma maneira geral, como o maior produtor de flores, e Bom Jardim se destaca como principal produtor de rosas no estado.
– Temos um imenso orgulho de ver nossa produção de flores ocupar o segundo lugar no país, mesmo depois de um ano difícil, como o de 2020, em função da pandemia. A manutenção ao fomento e a disponibilização de créditos ao nosso produtor seguem sendo uma prioridade para seguirmos firmes entre os primeiros do país – destacou o secretário de Agricultura, Marcelo Queiroz.
A Região Serrana, por seus aspectos climáticos e geográficos, é muito procurada para o desenvolvimento da floricultura. Em meio a pandemia, muitas áreas de produção ficaram pelo caminho, mas novas regiões estão sendo renovadas.
– A primavera começa com uma grande explosão de flores no campo. As mais vendidas nesta época são: rosa, gérbera, astromélia, crisântemo-margarida, lírio, entre outras. A oferta e a variedade são muito grandes. O mercado está voltando lentamente para a normalidade, e os produtores conseguem atender a demanda. A expectativa é de um aumento considerável na venda de flores, pois é uma característica bem marcante desta estação – explica Nazaré Dias, gerente setorial do Florescer.
A produção de rosas tem enorme destaque em Bom Jardim, cidade que possui cerca de um milhão de pés plantados. Nova Friburgo vem em seguida, com 300 mil pés.
O produtor José Roque Barroso (foto abaixo), que vive em de Bom Jardim, cultiva flores há 42 anos e conseguiu dar a volta por cima com a ajuda do Agrofundo.
– Quando comecei era somente o cultivo de palmas; hoje, trabalho com rosa, gérbera, tango e astromélia. Durante a pandemia, trabalhamos sem renda para não deixarmos de produzir. E, naquele momento, o Programa Florescer foi fundamental e nos ajudou muito – explicou Roque.
Conheça o cenário do cultivo de flores no Brasil
O Brasil cultiva mais de 2,5 mil espécies de flores e plantas ornamentais, sendo que 40% do faturamento anual vem das vendas em datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Namorados, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Muitos consumidores dão preferência por plantas de vaso, como orquídeas e antúrios, além de flores de corte, como rosas e astromélias.
Apesar da pandemia, os produtores têm se reinventado, adotando maneiras de viabilizar a manutenção de suas atividades. O aumento do comércio online e as entregas em domicílio, por exemplo, são algumas formas que os agricultores encontraram de manter o crescimento de seus negócios, sem deixar de atender ao público consumidor.
Com mais de 8 mil produtores em todo o país e 15 mil hectares de área cultivada, as diversas variedades de flores produzidas no Brasil representam, hoje, um setor bilionário, responsável pela criação de mais de 200 mil empregos em toda a cadeia produtiva. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o estado de São Paulo é o maior produtor e também o que mais consome flores e plantas ornamentais em todo o país.
Alguns empreendedores do ramo também vêm apostando em tecnologias para o controle biológico de ácaros e pragas que podem afetar o desenvolvimento de algumas plantas, como rosas, orquídeas e gérberas. As tecnologias garantem controle efetivo e uso mínimo de defensivos, o que possibilita a redução das pragas nos cultivos e a eliminação quase total dos produtos agroquímicos.
O relativo baixo custo de produção, a diversidade climática e a posição estratégica do Brasil em relação ao mercado internacional, acabam sendo fatores favoráveis para negócios no setor de flores. A possibilidade de aumento das exportações de flores, por exemplo, atraem diversos investidores que desejam iniciar a produção e conquistar boa lucratividade.
Mesmo com o choque inicial das vendas no início da pandemia, o mercado de flores e plantas ornamentais vem apresentando crescimento e perspectivas de sucesso. A floricultura brasileira é responsável por movimentar bilhões de reais anualmente, representando excelentes chances para a retomada econômica e para a subsistência de produtores em diferentes estados do país.