A antiga e histórica Estação de Ipiabas, localizada no distrito de Ipiabas, em Barra do Piraí, será reformada e transformada em um polo turístico e gastronômico. A obra faz parte de um plano para a renovação da força turística da região e virá na esteira de outras reformas e construções já anunciadas e ainda por anunciar, como por exemplo o Mirante de Ipiabas, a reforma da estação principal da cidade, no Centro, dentre outras. Os trabalhos para a reforma da célebre estação ipiabense começaram em maio e devem durar até janeiro de 2022. Os custos para os cofres públicos totalizarão em torno de R$ 1,9 milhões.
“Barra do Piraí é um município cuja história é sinônimo de ferrovias e estações. Reformarmos esses prédios vai muito além de uma simples revitalização. Buscamos resgatar a história barrense, aliando a antiga identidade de um dos mais importantes entroncamentos ferroviários do Brasil, com modernas opções turísticas para nossa população e visitantes”, assim propõe o secretário Turismo, Cultura e Lazer, Rafael Couto.
A prefeitura de Barra do Piraí, por meio da Secretaria de Turismo Cultura e Lazer, idealiza um futuro turístico para a região em que a rica história cultural cravejada de belezas naturais, cruze linhas com o desenvolvimento econômico e a modernidade. “A nova Estação de Ipiabas, junto com outras ‘obras turísticas’ que ocorrerão nos próximos meses, como o Mirante por exemplo, irão, sem dúvida alguma, consolidar Ipiabas como Polo Turístico de Barra do Piraí, aliando belezas naturais, com variadas opções de lazer, esportes, pontos de gastronomia e espaços arquitetônicos”, completa Rafael.
Além do prédio principal da estação, a estrutura do local ganhará ainda, segundo o secretário de Obras Públicas, Wlader Pereira, um vagão restaurante;espaço que tornará ainda mais intensa a experiência de “volta ao passado” e o resgate histórico da estação ipiabense. “Estamos reformando o prédio, e, provavelmente, deverá se transformar num polo gastronômico. Será licitado o uso e a exploração do espaço e contará ainda com um vagão-restaurante parte integrante do antigo Trem de Prata, que fazia a viagem de Barra do Piraí a São Paulo”, anuncia Wlader.
A Estação de Ipiabas, que por um breve momento a partir de 1920 passou a se chamar Estação Pandiá Calógeras e logo retornou a seu título original, costumava ser uma das rotas da histórica ferrovia “Linha da Barra”. Os trens por ali fizeram paradas e partiram em direção a Minas Gerais de 1881, em um Brasil ainda imperial e escravagista, até 1961, quando o país atravessava um momento pré-ditatorial. Diversas conturbações antidemocráticas acabaram por dar força política à pujante e moderna indústria automotiva da época, predominantemente controlada por empresas internacionais.
As ferrovias então foram para o final da fila das prioridades governamentais, criando o momento oportuno para a desativação da Estação de Ipiabas. Parte desses fatos são narrados pelo importante jornal carioca da época, “Última Hora”, da seguinte maneira: “o distrito de Ipiabas, o mais adiantado do município, será prejudicado, pois ficará sem condução. A única estrada de rodagem que possui está em lamentável estado e sem possibilidades de trânsito em dias de chuva”, narra o trecho de uma edição do Última Hora, de 23 de agosto de 1961.
Para o prefeito Mario Esteves, investir em Ipiabas – não somente no Turismo, mas também em infraestrutura – traz o anseio de ver o local ser ponto fixo para os amantes da natureza e dos esportes radicais. O chefe do Executivo barrense elenca obras que estão saindo do papel e que serão a mola que vão ajudar no desenvolvimento de um dos mais importantes destinos turísticos da região.
“Pensamos em transformar a história de Ipiabas. E, para isso, promovemos o enxugamento da máquina pública e a austeridade nas contas públicas. Isso tudo foi importante para se ver, naquele local, investimentos em infraestrutura e turismo. Várias ruas estão sendo asfaltadas; temos, ainda, o desejo de construir, ali, a Vila Olímpica, que vai agregar várias modalidades esportivas. E a cereja do bolo é a Estação Ferroviária. O prédio é muito mais que um monumento. Ele estará ali para coroar o distrito, que, sem sombra de dúvidas, vai entrar para a rota internacional do turismo”, frisa Mario Esteves.