Iniciativa faz parte do programa Replantando Vida
A Cedae, por meio do programa Replantando Vida, inaugurou, na última terça-feira, dia 1º, um viveiro florestal de 1,7 mil m² localizado dentro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte, no distrito de Bulhões, em Resende.
A data escolhida marca o aniversário de 48 anos da Companhia e contou com a participação da Secretária de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Maria Rosa Lo Duca, do prefeito de Resende, Diogo Balieiro, do presidente da Fundação Santa Cabrini, Alex Braz, entre autoridades da região e representantes do poder judiciário.
O viveiro de Resende será o sétimo mantido pela Cedae e o segundo instalado dentro de um presídio, seguindo o modelo implantado em 2014 na Colônia Penal Agrícola de Magé, na Baixada Fluminense. A unidade vai cultivar, por ano, até 200 mil mudas de plantas nativas da Mata Atlântica. Com isso, a capacidade anual de produção do programa será de 2,2 milhões de mudas de 264 espécies, das quais 40 estão ameaçadas de extinção.
Além do centro de produção, uma base florestal vai ampliar a participação da Cedae em ações de proteção e recuperação das matas ciliares e nascentes no Médio Paraíba, ajudando a aumentar a segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro.
– Hoje nós celebramos dois marcos importantes: a inauguração do viveiro e os 48 anos da Cedae. Essa é uma oportunidade de refletir sobre o legado da Companhia e, principalmente, sobre o nosso futuro. O Replantando Vida é motivo de muito orgulho devido ao seu potencial de unir diversos atores em prol da restauração de ecossistemas e da transformação social – pontuou Aguinaldo Ballon, diretor-presidente da Cedae, na cerimônia de abertura.
A secretária Maria Rosa destacou o potencial do programa para transformar a vida dos participantes, oferecendo capacitação profissional e oportunidades de trabalho.
– A agenda ambiental ganhou a dimensão que merece – e na Seap não seria diferente. A Secretaria é instrumento para gerar dignidade e capacitar essas pessoas – disse a secretária.
As mudas produzidas na unidade também serão usadas para alimentar o Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina, lançado no dia 7 de junho pela Cedae, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e a ONG The Nature Conservancy (TNC).
– A iniciativa vai recuperar 30 mil hectares de Mata Atlântica na região de maior importância de recarga hídrica para o Rio Guandu, principal manancial do Estado. Em outras palavras, significa que a Cedae está comprometida em garantir água de qualidade e em quantidade – ressaltou Allan Borges, gerente executivo de ESG.
Compromisso com a ressocialização
Todas as etapas de construção do viveiro foram realizadas por apenados do presídio, contratados por meio da parceria da Cedae com a Fundação Santa Cabrini (FSC), responsável por gerenciar o trabalho prisional no Estado do Rio de Janeiro. Além das obras, eles participaram do curso de capacitação em restauração florestal, ministrado por profissionais da Companhia e especialistas na área ambiental.
Os integrantes tiveram contato com conhecimentos práticos e teóricos sobre as atividades que envolvem a cadeia produtiva de restauração ecológica, além de aulas sobre educação ambiental e cidadania. Ao todo, serão criados 50 novos postos de trabalho: 10 no viveiro, para apenados em regime fechado, e 40 na base florestal, para aqueles em regime semiaberto – que vão atuar no reflorestamento do Corredor Tinguá-Bocaina.
– As atividades do programa possibilitam mudanças significativas na vida dessas pessoas. Elas passam a ter uma rotina produtiva, respeitando regras e horários, aumentam a autoestima, aprendem a trabalhar em grupo, exercem a paciência nos trabalhos manuais, desenvolvem responsabilidades e melhoram as perspectivas pós-cárcere – concluiu Alcione Duarte, coordenador do Replantando Vida.
Sobre o Replantando Vida
Unindo preservação ambiental e ressocialização de apenados do sistema prisional estadual, o programa Replantando Vida mantém viveiros florestais na Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Guandu, na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de São Gonçalo, no Reservatório Victor Konder, na Caixa Velha da Tijuca, no Complexo do Alemão e na Colônia Penal Agrícola de Magé.
As espécies cultivadas nos viveiros da Companhia são usadas na recuperação de matas ciliares e na preservação da Mata Atlântica. Os viveiros têm capacidade de produzir 2,2 milhões de mudas por ano de 254 espécies nativas da Mata Atlântica, das quais 40 estão ameaçadas de extinção.
A agenda do primeiro semestre de 2023 do Replantando Vida somou 130 mil mudas doadas para 39 municípios fluminenses.
Todos os viveiros contam com a mão de obra de apenados dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional que integram o programa. Eles recebem remuneração pelo serviço prestado, auxílios transporte e alimentação, além do benefício de remissão de um dia de pena a cada três trabalhados.
PROGRAMA REPLANTANDO VIDA
• 22 anos de atividade (criado em 2001);
• O programa produz mudas de 254 espécies nativas da Mata Atlântica, 40 delas ameaçadas de extinção;
• Os viveiros têm capacidade de produzir quase 2,2 milhões de mudas por ano;
• Ao todo, 4,5 milhões de mudas já foram plantadas, num total de 2 mil hectares de áreas verdes recuperadas;
• 6 viveiros florestais na Região Metropolitana do Rio (em Campo Grande, Complexo do Alemão e Alto da Boa Vista, no Rio; Nova Iguaçu, São Gonçalo e Magé);
• O viveiro de Magé se localiza dentro da Colônia Penal Agrícola do município;
• 28 prêmios e selos de sustentabilidade e responsabilidade social conquistados;
• 600 apenados trabalham atualmente no programa;
• 6 mil pessoas já passaram pelo programa;
• Os apenados atuam nos viveiros, em atividades de plantio, na oficina de costura e serviços como limpeza e manutenção.