Dados da prefeitura apontam que cerca de 200 pacientes foram atendidos por dia na unidade
Em 34 dias, desde sua instalação, o Centro de Hidratação de Resende já atendeu mais de sete mil pacientes com dengue. O espaço foi o primeiro a receber apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) para funcionar em caráter temporário, durante a epidemia da doença. A unidade que acolhe cerca de 200 pacientes por dia, funciona sete dias por semana, das 7h às 22h, no Hospital Municipal Henrique Sérgio Gregório, no bairro Jardim Jalisco. O Centro de Hidratação de Resende possui 14 poltronas para atendimento à população, onde os pacientes são assistidos. O local conta ainda com suporte de um laboratório exclusivo para detecção de dengue, zika e chikungunya e realização de hemograma. Os exames são liberados em 20 minutos.
Resende é o município da Região do Médio Paraíba que apresenta o segundo maior número de casos da doença, com 4.864 ocorrências, vindo atrás da cidade de Volta Redonda, que já registrou mais de 11 mil casos.
“Até o momento, a Secretaria de Estado de Saúde coordenou e apoiou a implantação de nove salas de hidratação nos municípios com elevados índices de dengue, como em Resende. Isso permite o tratamento precoce da doença, a redução dos agravamentos e, consequentemente, do número de óbitos”, ressaltou Claudia Mello, secretária de Estado de Saúde.
Para a implantação do espaço, a SES-RJ auxiliou o município com soro fisiológico, insumos para hidratação, medicamentos, material informativo e impressos para cadastros dos pacientes.
Bernardo de Oliveira Valente, de 17 anos, é um dos atendidos da sala de hidratação da cidade. Os primeiros sintomas foram dor de cabeça e febre, que depois, evoluíram para enjoo e vômito.
“É uma sensação muito ruim. A pessoa sente fraqueza e um cansaço muito grande. O que me chamou atenção, no Centro de Hidratação, foi o atendimento rápido e a eficiência. É o meu segundo dia aqui e já senti melhoras”, disse o estudante.
Alteração na pressão arterial, sonolência, dor de estômago e a ânsia de vômito fizeram com que Silvana Ferreira, de 45 anos, buscasse atendimento.
“A coisa não é fácil. Você fica sem força para tudo. O centro é um alívio na luta pela recuperação, com uso da hidratação. Por isso, a importância da sociedade se conscientizar na redução de criadouros do mosquito da dengue”, alertou a moradora.
Além de Resende, Angra dos Reis, Areal, Aperibé, Barra do Piraí, Cantagalo, Comendador Levy Gasparian, Cordeiro, Engenheiro Paulo de Frontin, Itatiaia, Macuco, Piraí, Quatis, Santo Antônio de Pádua, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios, Vassouras e Volta Redonda também receberam apoio para a implantação de centros de hidratação.
Boletim aponta tendência de queda dos indicadores no RJ
A última edição do Panorama da Dengue, da SES-RJ mostra que o estado do Rio de Janeiro apresenta tendência de queda de casos prováveis da doença. O número de atendimentos a pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual caiu de 11.904 para 9.966, o que representa queda de 16%.
A região do Médio Paraíba, primeira a apresentar piora da situação epidemiológica, teve redução do número de casos pela segunda edição consecutiva do boletim. As regiões Centro-Sul e Metropolitana l (Capital e Baixada Fluminense) também apresentaram diminuição nos registros da doença. A avaliação leva em consideração os dados registrados entre 18 de fevereiro e 09 de março, que correspondem às semanas epidemiológicas (SE) 8 e 10.