Dados apontam que só em 2021, 61,3% do total de casos registrados no país eram adolescentes com idade até 13 anos
Uma reunião no Ministério Público de Barra do Piraí, realizada nesta quarta-feira, dia 31, abordou a importância do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A pauta tratou de ações de prevenção, conscientização e fortalecimento dos setores que atuam na rede de apoio às vítimas.
A iniciativa fez parte das atividades da campanha “Maio Laranja” e contou com a presença do delegado titular da 88ª DP (Barra do Piraí), Antonio Furtado; de Agentes do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (NIAM) da 88ª DP; da promotora de Justiça, Dra. Fernanda Bahia; de profissionais de Educação de escolas do município e região; conselheiros tutelares; servidores da Secretaria de Educação e da Santa Casa; assistentes sociais; guardas municipais e policiais militares.
Furtado compartilhou dados nacionais sobre crimes envolvendo violência sexual. Dos 66.020 registros contabilizados em 2021, em 75,5% dos casos as vítimas eram vulneráveis e incapazes de consentir. 61,3% eram adolescentes com idade até 13 anos e em 79,6% das ocorrências, o autor era conhecido da vítima.
– É necessário romper a ideia do “desconhecido do beco”, como se o perigo estivesse somente em uma rua deserta, perto de pessoas estranhas. Na maioria dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o abusador é próximo e estabelece convivência com a vítima. Quando os dados são personificados, conseguimos compreender o contexto e planejar políticas de prevenção e proteção. Como podemos notar, muitas vítimas, em razão da pouca idade, sequer são capazes de entender que estão sendo abusadas – frisou.
O delegado também fez um balanço dos casos acolhidos na 88ª DP. Em 2022, foram realizados 33 registros de ocorrência relacionados à violência sexual contra crianças e adolescentes. Este ano, até o momento, a unidade contabilizou nove ocorrências e três prisões, todas durante o “Maio Laranja”, sendo duas por estupro de vulnerável e uma por aquisição, posse e armazenamento de imagens de pornografia infantojuvenil, bem como pelo compartilhamento dos conteúdos.
– Precisamos dar visibilidade a este assunto e ressaltar o quanto as denúncias podem ser uma ferramenta de enfrentamento. Promover encontros é uma oportunidade de trocar experiências e conhecer melhor o problema que devemos combater. Essa luta é de todos nós. Juntos, podemos escrever um futuro diferente para milhares de crianças e adolescentes – concluiu o delegado.