Eles pedem por respeito à garantia de seus direitos e mais segurança para o local
A Comunidade Tradicional Caiçara e Caipira do Rio Pequeno, de Paraty, divulgou uma nota repudiando os atos de vandalismo realizados contra a sede da Casa da Farinha e se solidarizando com os indígenas residentes no Sítio do Sr. Demécio Mendonça Martins. Eles destacam que a comunidade encontra-se ameaçada no que diz respeito à garantia de seus direitos e pedem que os órgãos responsáveis possam tomar uma atitude no sentido de evitar maiores problemas, bem como mais segurança para o local.
No último dia 23 de janeiro, a sede foi vandalizada. Entre os prejuízos estão o dano a um documento histórico. Na nota, a comunidade explica o caso: “logo após a divulgação na imprensa, de reportagens sobre ameaças à família do Sr. Demécio, nossa Casa de Farinha Comunitária, sede de nossas associações, foi atacada. Pessoas estranhas à comunidade, não identificadas por nenhum morador, estiveram rondando o local e invadiram o centro comunitário, quebrando um quadro antigo que conta a história da Casa de Farinha, arrancaram a faixa das comemorações do projeto de Salvaguarda da Cultura Caiçara/SECEC/RJ e jogaram utensílios utilizados na produção de farinha no chão. Após a ação, partiram em automóveis sem serem identificados”.
A nota ainda destaca a importância da tradição local. “A cultura caiçara e caipira são exemplos de culturas que possuem um modo de vida que busca harmonia, diálogo e acolhe a todos que chegam em seus territórios. Estamos preocupados, pois essas ocorrências vêm atraindo insegurança ao nosso território”.
A Comunidade Tradicional Caiçara e Caipira do Rio Pequeno desenvolve ações de preservação e salvaguarda da cultura caiçara e caipira com diferentes instituições como o INEPAC/RJ, o IPHAN/RJ, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, SECEC/RJ, a Secretaria de Cultura de Paraty, a Casa de Cultura de Paraty, sendo reconhecida pelo DECRETO 6.040, que contempla todos os 2 Povos Tradicionais do Brasil, inclusive caiçaras e caipiras. “O ataque ao nosso centro cultural é um ataque também à nossa cultura ancestral”, destacou a comunidade na nota.
A nota oficial pode ser lida no Instagram da comunidade.