Por Luciano Ribeiro.
Parece que há uma certa confusão sobre o termo Arte. Uns entendem de uma forma, outros de outra. Arte é uma obra que expresse beleza ou abstração. Os filósofos criaram conceitos um pouco diferentes. Alexander Baumgartem foi quem reuniu problemas sobre o entendimento da arte chamando-a ESTÉTICA. Estética é uma disciplina filosófica legítima. É como a ciência das sensações entendida como a ciência do belo. Para Platão a arte deveria ser apresentada de forma diferente para cada setor da sociedade. O filósofo entendia a arte é uma imitação de algo que já existe. Os objetos artísticos eram vistos como uma imitação da natureza. Ao soldado deveria ser permitido certos estímulos de arte, mas para o povo deveria ser diferente, ou seja, outras formas. O povo não deveria ouvir música que mexesse na alma humana para não desarmonizar a sociedade. Observamos essa mudança no ritmo de uma escola de samba, nas apresentações de música clássica e nos bailes funks. A música mexe com o comportamento das pessoas. Para Aristóteles a arte não deveria ser marginalizada como sugeriu Platão. E algumas formas de arte mais ou menos elevada poderiam ajudar na formação do ser humano. A finalidade é de purificar o homem de seus males e de seus vícios. Fazer arte é extremamente importante para fazer o homem chegar a um patamar mais elevado. Portanto, para Platão, como toda arte é uma imitação da natureza, não deveria ser objeto de estudo da filosofia. Deveria ser disseminado na sociedade com muito cuidado por medo de alterar a ética e a moral que havia na sociedade. Mas Aristóteles recusa a legitimidade da arte como tema filosófico, como algo que não deve ser minimamente distribuído na sociedade. David Hume defendia a beleza como a sofisticação do hábito. A beleza e a arte são cultivadas pela sofisticação. A pessoa vai evoluir a partir do hábito de estar sempre progredindo. O juízo de gosto é fruto da sofisticação dos nossos hábitos como os objetos que utilizamos, a casa que decoramos, as roupas que usamos e os lugares que frequentamos. No Brasil vem sendo divulgado certos eventos que chamam de arte, mas uma “arte” de valores inferiores que não se enquadra nos conceitos de Platão, Aristóteles nem de Hume, apenas na cabeça daqueles que querem causar distúrbios, na tentativa de corromper as tradições, hábitos e costumes de uma sociedade conservadora.
Luciano Ribeiro é formado em filosofia e pesquisador
Linda e útil pesquisa, infelizmente a Arte hoje está deturpada e virou maneira de promoção. Basta vermos o que a TV nos mostra.Mas o canal Arte da Band na vivo é horrível e não dá para assistir.
Muito bom o artigo sobre a arte.
Parabéns Sr Luciano!
A arte faz pensar, sim. É um dom ? uns dizem que sim, outros dizem que é o produto do meio em que vive o artista, não há consenso a respeito do que desperta o a habilidade do artista. Muitos dizem que arte é arte, independente de quem seja, eu discordo, não se pode colocar em um mesmo patamar Sebastian Bach e Pablo Vittar.
É um grande desrespeito com quem cria uma sinfonia ser colocado no mesmo patamar que um cantor de funk com ritmo tosco e letras vazias. Deve-se elevar o nível cultural de uma sociedade e não nivelar-se por baixo como acontece com a cultura de massa. Deve-se apresentar os diversos instrumentos musicais a sociedade e não generalizar ao pobre o samba, pagode e funk, deve-se despertar um elevado nível cultural nas pessoas e não condenar o pobre ao funk e o rico a bossa nova.