Novo delegado de Volta Redonda concede entrevista exclusiva ao Jornal Folha do Interior e diz que 99% dos homicídios ocorridos na cidade nos últimos dias tem ligação com o crime organizado e o tráfico de drogas
O delegado titular da 93ª DP, Luiz Jorge Rodrigues da Silva, confirmou na última terça-feira, dia 21, durante entrevista à Folha do Interior, que 99% dos casos de homicídio ocorridos em Volta Redonda nos últimos dias tem ligação com o crime organizado e o tráfico de drogas. O delegado foi ainda mais incisivo: disse que sua maior preocupação é o tráfico de drogas que, segundo ele, cria a sensação de uma cidade violenta. “Nos últimos crimes, as vítimas tinham relação com tráfico e o crime organizado. É uma cidade que circula dinheiro e a venda de drogas alimenta a disputa entre as duas maiores facções criminosas do Estado do Rio. Mas daremos severas respostas por parte da Polícia Civil como já fizemos nesses dois meses”, destacou o delegado.
As declarações do delegado da 93ª DP foram dadas com exclusividade ao Folha do Interior no momento em que ele completa dois meses à frente da Delegacia de Volta Redonda. Neste curto espaço de tempo, sua equipe retirou 35 criminosos das ruas da Cidade do Aço. “Em nossas primeiras ações, prendemos a quadrilha que estava praticando roubos em residências em áreas nobres e estamos com várias linhas de investigação em andamento. Não daremos trégua ao crime organizado”, enfatizou.
Prisão de “DG” foi o ponto de partida
Um dos homens mais procurados de Volta Redonda e região, Douglas Rodrigues da Silva, vulgo “DG”, foi preso pela equipe da 93ª DP no dia 5 de maio, durante uma operação. Ele seria uma das lideranças da facção Comando Vermelho e, de acordo com as investigações, controla o tráfico de drogas nos bairros Açude I, II, III e IV, todos em Volta Redonda. A prisão de DG foi o ponto de partida do novo delegado da cidade para conter o crime organizado e a onda de roubos que vinha ocorrendo em Volta Redonda.
DG foi preso juntamente com a esposa, na Via Dutra, quando trazia drogas e armas para a Cidade do Aço. A operação teve apoio da Polícia Rodoviária Federal e o objetivo era conter a disputa entre o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). A Polícia interceptou informações de que DG e sua companheira faziam transporte de drogas e armas de Niterói e do Rio de Janeiros para Volta Redonda. Desde sua saída do sistema carcerário, ocorrida em 15 de abril, os agentes da delegacia passaram a monitorar seus passos.
No veículo onde estava o casal, os policiais encontraram 1kg de pasta de cocaína, grande quantidade de pedras de crack e uma pistola 9mm municiada. DG já responde por cinco homicídios, porte de arma, tráfico e receptação.