#Edição05 – Por Wellington Pires
Tratar de Educação Financeira sem falar sobre as dívidas não faz sentido para muitas pessoas. Afinal, um dos propósitos dessa área de conhecimento é justamente colaborar com quem está endividado.
No artigo desta semana, abordaremos uma das maiores vilãs das finanças pessoais e como se livrar dela.
No Brasil, uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio mostrou que 77,3% das famílias brasileiras estão endividadas e, de longe, a maior causa dessa dívida está associada ao uso “indevido” do cartão de crédito, uma vez que 87% dessas famílias tem compromissos financeiros relacionados ao cartão.
Contudo, o cartão de crédito não é o vilão por si só, na verdade ele é o meio pelo qual outros fatores fazem com que as pessoas se endividem.
Certamente que a falta de educação financeira está relacionada a isso, atrelada ainda ao consumo excessivo e compulsivo de bens e serviços – muitas vezes, desnecessário no momento.
E ainda: a não formação de uma reserva de emergência para se socorrer nos imprevistos; a falta de administração das finanças pessoais ou a má administração; e por fim acreditar que se socorrer à empréstimos bancários vai te salvar do endividamento.
Uma dica: empréstimo é último dos últimos recursos que você busca para se livrar das dívidas.
Dito isto, vem o questionamento: “Wellington, mas como me libertar disso?”
Primeiramente, você precisa investir (não dinheiro, necessariamente) em educação financeira para criar bons hábitos de consumo. Gratuitamente você consegue isso por vários meios – já segue minhas redes sociais e acompanha os artigos semanais da Folha do Interior sobre este assunto?. Com poucos minutos dedicados aos nossos artigos, você pode ter várias informações que lhe auxiliarão muito.
O segundo passo, como reiteradamente tenho dito, é a confecção do seu orçamento pessoal. Já tratamos disso na #Edição03.
Anote seus desejos de compras. Criar uma lista de desejos e nela anotar tudo que tem vontade de comprar. Relacione de acordo com a prioridade da compra, não gaste seu dinheiro por gastar. Nessa lista vá incluindo bens ou serviços que deseja e aos poucos vá adquirindo, afinal o dinheiro é para ser usado (adequadamente). Tão importante quanto investir e saber usar, é usar de fato.
Se você é do tipo que adora navegar em sites de compras, que não consegue evitar uma placa de “liquidação” e sempre acaba comprando compulsivamente, cuidado! Se já não estiver endividado, é forte “candidato” a se tornar o próximo. Refletir sobre a necessidade de comprar é o melhor aliado. Pergunte-se se a compra é realmente necessária ou se está fazendo por compulsão. Talvez queira comprar apenas para parecer ter um padrão de vida que não é o seu.
Pensamentos como “Eu mereço! – Trabalho para isso! – Fulano tem, eu também posso ter…” e por aí vai… só servem para criar dívidas e te “sufocar” em contas. Não compre porque considera que você merece, compre porque você se organizou e reservou o dinheiro para isso. Portanto, refletir e ter planejamento financeiro te ajudarão a comprar com qualidade e sem tornar isso um futuro “calvário”.
Para não estender o assunto, no próximo artigo vamos manter este tema e falar de soluções mais drásticas, com foco em quem já “chutou o pau da barraca” e tem dívidas até a próxima geração. Não perca!
#vemcomigo
Wellington Pires é advogado, especialista em direito público, analista em gestão pública e consultor em educação financeira e investimentos.
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Excepcional
Parabéns WP