José Carlos Rodrigues era atleta e pedalava frequentemente; ele estava numa bicicleta modelo speed usada para treinamentos quando foi atingido pela carreta
A morte do ciclista José Carlos Rodrigues, o Júnior, de 43 anos, na manhã desta sexta-feira, dia 28, na pista sentido Rio da Rodovia Presidente Dutra, em Itatiaia, é um alerta para os ciclistas e moradores das áreas urbanas de toda extensão da rodovia. José Carlos estava numa bicicleta speed – de pneu fino – e, segundo informações, com capacete, sinalização e andava no acostamento. Até o momento ainda não foram divulgadas as circunstâncias do acidente. O que se sabe até agora é que o ciclista caiu por baixo das rodas de uma carreta e que ela não conseguiu parar para evitar o acidente.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente foi na altura do KM-315, próximo a Michelin. O ciclista morreu na hora. Segundo apurado pela reportagem, até mesmo a identificação do corpo foi difícil, devido a gravidade. Peritos da Polícia Civil foram até o local para investigar as causas do acidente. José Carlos era morador de Resende, casado, tinha uma filha e trabalhava na Volks.
– Ele era um cara do bem e muito experiente. Ele sempre fazia esse pedal e sempre orientava as pessoas sobre andar no acostamento – disse um amigo próximo que falou ao Folha do Interior.
Nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp a discussão acendeu um antigo debate: Afinal, as pessoas devem pedalar na principal Rodovia da América Latina? Os que defendem, usam como argumento a lei, a sinalização, o direito de ir e vir e o distanciamento que carros e carretas devem ter do ciclista com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A Rodovia Presidente Dutra recebe diariamente milhares de veículos, mas também ciclistas e moradores de bairros marginais. Ou estão em treinamento ou em locomoção.
“O problema não é o ciclista, mas os motoristas que não sabem que quem está em cima da bicicleta é um pai de família, um trabalhador. Os motoristas precisam ter mais cuidado e se afastar e respeitar o espaço. O Júnior era super responsável com o trânsito”, disse um amigo próximo a ele e que também é ciclista.
Na região de Resende e Itatiaia o uso da bicicleta na Dutra é mais constante do quem em outros trechos por conta do relevo. A rodovia tem poucas subidas íngremes.
CICLISTAS – O aumento do número de atletas na Dutra é uma das preocupações da Polícia Rodoviária Federal. O que chama a atenção é o uso constante da Rodovia Presidente Dutra para treinamentos. “Mesmo no acostamento, pode vir uma carreta e passar por cima. Quem quer treinar pode usar outras estradas da região que tenham menos movimento. Já flagrei situações absurdas, como uma ciclista descendo a Serra das Araras no vácuo de um caminhão. Quantas pessoas já morrem na rodovia”, alertou um policial rodoviário federal.
“Pedalar ou não na rodovia?” Ao invés de focar nos ciclistas como se houvesse certo ou errado no que estão fazendo, deveriam discutir a imprudência e desrespeito de motoristas, quer sejam de caminhões, carros e ônibus que por ali transitam. Não devemos julgar o motorista da carreta envolvida sem apurar devidamente o caso em questão, mas é no mínimo frustrante deparar com uma manchete ridícula e tendenciosa como esta!
Você deve estar lendo outra reportagem, só pode. O jornal fez questão de pontuar os dois lados. Inclusive, o jornal consultou vários ciclistas antes de publicar a reportagem.