Voo de teste não terá nenhum astronauta a bordo; missão contará com o “mais poderoso foguete” lançado pela agência
A agência espacial norte-americana Nasa deu continuidade na madrugada desta quarta-feira, dia 16, a mais uma etapa do programa Artemis, que tem como objetivo o retorno de humanos à Lua. Artemis sofreu diversos atrasos nos últimos meses, causados por imprevistos, como problemas no foguete, o furacão Ian e a tempestade tropical Nicole. Agora, o lançamento foi novamente adiado após técnicos da Nasa apontarem um vazamento de hidrogênio. A previsão é que a contagem regressiva para o lançamento aconteça após os ajustes necessários no foguete.
O programa será dividido entre Artemis I, II e III, que serão bem semelhantes, com a diferença de que a primeira não levará uma tripulação humana, mas sim 10 pequenos satélites experimentais de baixo custo, chamados de CubeSats, durante duas missões ao redor da Lua. O tempo de viagem será de aproximadamente 25 dias.
Já a Artemis II, que deve acontecer em 2024, terá uma tripulação, mas que ainda não foi escolhida. Neste lançamento o foguete não pousará no satélite natural. Já a Artemis III, que tem previsão para 2025, pousará na lua, tendo em sua equipe a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca a pisar na superfície lunar.
Futuramente há a previsão de exploração e estabelecimento da superfície lunar, onde será construída a estação espacial Gateway.
O foguete utilizado pelo Programa Artemis é considerado o “mais poderoso” e está sendo construído pela agência espacial Space Launch System (SLS).
O megafoguete transportará a cápsula Orion, que é o veículo de transporte dos astronautas. Ele produz quatro milhões de kg de empuxo, o equivalente a 14 aviões Boeing 747. “Com seu poder e capacidades sem precedentes, o SLS é o único foguete que pode enviar a Orion, astronautas e cargas de transporte diretamente para a Lua em uma única missão”, afirma a Nasa.
Ao entrar na órbita da Lua, a cápsula ficará por lá por aproximadamente seis dias, coletando dados. Na segunda fase, Orion seguirá para o lado oculto da Lua, aquele que não avistamos, de onde retornará para o planeta Terra. Serão mais de três milhões de quilômetros percorridos durante a missão.
O nome do programa segue uma tradição da Nasa, uma vez que é o mesmo utilizado nas missões originais de pouso na Lua, nos anos 60. Ele é uma alusão a deusa grega Ártemis, irmã gêmea do deus Apolo.
Artemis I
Nesses primeiros voos não tripulados, o programa levará os satélites CubeSats, que fornecerão à NASA e a empresas privadas dados que poderão ser usados para futuras missões à Lua.
Os CubeSats são compactos, sendo um pouco maiores que caixas de sapato e com apenas 11 quilos. Eles serão lançados assim que a cápsula Orion se separar do SLS.
Quem irá ocupar os assentos do Artemis são os três manequins Helga, Zohar e o Comandante Moonikin Campos. Eles auxiliarão nos estudos e coletarão dados que simularão o que os astronautas podem vivenciar durante uma futura missão. Os bonecos irão medir níveis de radiação, aceleração e vibração, entre outras possibilidades.
Além dos manequins, o Artemis também transporta um kit de voo oficial, composto por bandeiras de países, uma réplica impressa em 3D da deusa que dá nome ao programa, mascotes como o famoso cãozinho Snoopy, microchips com nomes dos funcionários que participam do programa, pen-drives e insígnias de escoteiros.