Polícia Civil cumpre mandado de prisão em Volta Redonda, Barra Mansa e Angra dos Reis; veja vídeo das ações
Investigações ligadas às operações “Cana Brava” e “Kautar” apontam que a organização criminosa alvo das ações movimentou cerca de R$ 20 milhões entre os anos de 2020 e 2021 somente com o tráfico de drogas na região. O montante é resultado da venda de aproximadamente 350 quilos de cocaína.
A organização utilizava recursos para manter o esquema funcionando de forma plena, como a participação de uma advogada, que era responsável por articular e coagir pessoas, como comparecer à delegacia a mando do chefe do tráfico para impedir que presos ou testemunhas falassem algo que pudesse prejudicar a facção.
Essa violência praticada pela organização também acontecia em outras áreas, como o caso da expulsão da família de um policial penal de sua própria casa. A residência foi incendiada pelos traficantes. O agente foi alvo dos criminosos após entrar em confronto no bairro Jardim Belmonte, em Volta Redonda, para defender seu irmão. O caso aconteceu no dia 26 de novembro.
Os traficantes também ordenaram invasões de moradores para dificultar ações policiais nos bairros Jardim Belmonte, Vale do Paraíba e Padre Josimo, em Volta Redonda, onde começaram a ocupar áreas que davam acesso aos principais pontos de venda de drogas. Durante as investigações, foi apontado que as ocupações aconteciam de forma ordenada sob coordenação do chefe do tráfico de drogas da região.
A ideia era impedir o avanço policial através de barreiras, formadas por barracos construídos em pontos escolhidos e alinhados com a facção, para que essas residências dessem a impressão de que pessoas já haviam ocupando a área.
Os agentes também descobriram que a facção iria utilizar a mesma estratégia em outros bairros para ampliar seu território. A organização criminosa já estava comprando armamento pesado como fuzis e granadas.
Sobre as operações
A megaoperação que acontece nesta segunda-feira, dia 19, é a junção das operações “Cana Brava” e “Kautar” e acontece nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, na Região do Médio Paraíba, e em Angra dos Reis, na Costa Verde.
Comandada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do 5° Departamento de Polícia de Área (DPA), a operação visa cumprir 88 mandados de prisão, seis de busca e apreensão de adolescentes e 91 de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa, atuante em todo o estado do Rio.
Participam dessa ação aproximadamente 150 policiais civis e 70 viaturas de diversas delegacias, com o apoio dos 7° e 4° departamentos de Polícia de Área; Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC); Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE); Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro e acompanhada de perto pelo promotor do Ministério Público, Leonardo Takaoka.