Por Luciano Ribeiro
O Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu suspender a exibição do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, tendo Danilo Gentili como roteirista e produtor. O Telecine e a Globoplay alegaram: “A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida.” O filme foi lançado em 2017, onde aparece o ator Fábio Porchat, com dois adolescentes, sugerindo aos jovens que o masturbasse. No JN, William Bonner, falou apenas sobre a liberdade de expressão, mas ignorou o ECA por completo.
O filme vem recebendo duras críticas devido a cena de pedofilia, ferindo a Constituição Federal Brasileira em seu artigo 227, que assegura a proteção integral à criança e ao adolescente. No artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) lemos: “Produzir ou dirigir representação teatral, televisiva, cinematográfica, atividade fotográfica ou de qualquer outro meio visual, utilizando-se de criança ou adolescente em cena pornográfica, de sexo explícito ou vexatória.” O título também não deveria incentivar o jovem a ser o pior aluno da escola, mas o melhor aluno da escola.
Ao longo dos anos muitas produções vêm deformando as regras clássicas da arte, em completa desarmonia com o belo. As expressões artísticas de qualquer gênero devem provocar uma contemplação positiva, sublime, despertando admiração e respeito de todos. Muitos diretores alegam reproduzir a realidade atual, isso não deixa de ser verdade, todavia, há outras realidades que edificam, mas que não são produzidas. Por que não criam filmes e novelas que incentivam a leitura, a arte plástica ou a música de qualidade? Isso é produzir arte com requinte, pois é preciso tornar o gosto cada vez mais sofisticado.
David Hume defendia a beleza como a sofisticação do hábito. Platão entendia que a arte deveria ser apresentada de forma diferente para cada setor da sociedade. O soldado deveria ser permitido certos estímulos de arte, mas para o povo deveria ser diferente, ou seja, outras formas. O povo não deveria ouvir música que mexesse na alma humana, para não desarmonizar a sociedade,
visto que a capacidade de um artista de iludir através da imitação das coisas é muito forte, pois, a arte, tem esse poder de influência.
Portanto, antes de defender a liberdade de expressão, defenda o direito das crianças, preservando-as de exposição desnecessária ou ferindo seu Estatuto.
Luciano Ribeiro é formado em filosofia
Eu vi o filme e não achei nada de mais, eu acho que a sociedade hoje tem uma tendência forte de exagero em tudo que se envolve crianças que não é o caso.
Quem financia e patrocina uma (se pode se chamar assim)obra dessas? Talento, eles estão devendo. Basta assistir ao programa do Gentilli no SBT. e tirar as próprias conclusões Tenho pena de quem assisti ao programa e ao filme. .
Parabéns Luciano , mas se temos que punir alguém vamos começar punindo quem Liberou em 19w7
Parabéns Luciano pelo artigo, Mas se temos que punir Alguém vamos começar por quem Liberou em 1917 , e todos que já assistirão inclusive a Globo que só exibe secagem nas novelas e não respeita nem o Presidente.
Parabéns Luciano, muito bom o artigo!