Região Sul Fluminense tem inúmeros balneários; além das cabeças d’água, pedras submersas e correntezas, o limo nas pedras também oferece grande risco para quem busca essas regiões
Aproveitar a natureza em uma cachoeira é uma boa pedida para estes dias de sol. Mas é bom ficar atento aos riscos deste tipo de lazer. Numa campanha direcionada para os famosos “caçadores de rios e cachoeiras”, o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio está alertando turistas, banhistas e amantes das águas geladas das montanhas sobre os riscos desses locais. Mas para quem pensa que a preocupação é somente com as famosas “cabeças d’água”, existem outras situações que colocam em perigo a vida de quem gosta desses ambientes. São as pedras submersas, as correntezas, o limo nas pedras e a mudança brusca no tempo. Em caso de emergência ligue 193.
*Procure locais pertencentes a parques ou reservas;
*Não pule de pedras confiando na profundidade da água;
*Mesmo em cachoeiras conhecidas, o relevo do solo pode mudar por conta do deslocamento de troncos ou pedras;
*Não se coloque em locais de correntezas;
*Tenha cuidado ao andar pelas pedras. Muitas delas possuem limo e ficam escorregadias.
“Comum nos rios e cachoeiras, o fenômeno meteorológico, conhecido popularmente como cabeça d’água, é causado por chuvas fortes que elevam o nível do rio, provocando enxurradas, além de aumentar o fluxo de águas nas cachoeiras. O cuidado por onde pisa é muito importante, já que este fenômeno é capaz de ilhar pessoas por dia e fazer vítimas por afogamento”, diz a nota do Corpo de Bombeiros.
Sul Fluminense e Vale Histórico de SP possuem inúmeras cachoeiras
O Sul do Estado do Rio é o paraíso perfeito para quem busca as águas geladas nesta época do ano para se banhar e refrescar. De Itatiaia, Penedo, Visconde de Mauá, Maringá, Serrinha do Alambari, passando por Rio Claro, Lídice, Angra dos Reis e Paraty são inúmeros os picos de águas cristalinas, frias e de natureza preservada.
Divisa com o Estado do Rio, por Barra Mansa, o Vale Histórico de São Paulo – Bananal, Serra da Bocaina (SP), Arapeí e São José do Barreiro – disputa com Itatiaia (Parque Nacional do Itatiaia) e Rio Claro/Lídice, qual o melhor point e quem tem a queda d’água mais bela da região.
Mas nem tudo são flores, águas geladas, natureza, pássaros e uma fauna e flora em abundância. Quem frequenta esses locais deve ficar em alerta máximo durante este período, que vai, geralmente, de outubro à março/abril.
Bombeiro Wildison Mendes faz série de recomendações
O Bombeiro Civil e Consultor em Prevenção e Combate a Incêndio, Wildison Mendes, possui vasta experiência na área de resgate, socorro e atendimento. Em entrevista exclusiva ao Jornal Folha do Interior, ele fez uma série de recomendações. Para ele, frequentar ambientes de cachoeiras, merece atenção redobrada, principalmente em relação a profundidade da água, às crianças, às cabeças d’água, ao limo superficial nas pedras e as correntezas. “É importante ir com cautela e observar a profundidade desses ambientes naturais, jamais mergulhe de cabeça, você pode sofrer um trauma de coluna irreversível. Mesmo que conheça o local há anos, as águas se movimentam com frequência, trocando pedras de lugar, abrindo buracos em pontos que não existiam”, explica o bombeiro.
Em relação às crianças, Wildison diz que a atenção deve ser triplicada. “Com a água não se brinca, ela é traiçoeira e perigosa. Por isso, nunca deixe as crianças sem supervisão de um adulto. Elas são aventureiras, curiosas e gostam de explorar o novo, sem entender o real perigo que estes ambientes representam”, relata, alertando sobre vários casos já ocorridos em vários no Sul do Estado.
Outro ponto que merece ser revisto quando você tomar a decisão de frequentar uma cachoeira é a escolha de calçados resistentes. Segundo Wildison, muitos acidentes ocorrem por conta de frequentar as cachoeiras com chinelos de dedo, que é uma prática comum dos visitantes. “É um grande risco, já que esses solados não dão firmeza aos pés e podem ocorrer escorregões nas pedras, que sempre tem limo (musgo que deixa pedra lisa igual sabão). Por isso, escolha calçados com solados específicos para água e que fiquem firmes nos pés”, frisa.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) mostram que, apesar de rios terem uma condição menos agitada, 54% dos afogamentos registrados no Brasil acontecem nessas regiões. Isso se deve a vários fatores que podem ser causados por fenômenos naturais ou por irresponsabilidade humana.
Região de Itatiaia é uma das mais preocupantes no Sul do Estado
O fenômeno das trombas d’água, comum na região de Itatiaia, onde está localizado o Parque Nacional do Itatiaia na Serra da Mantiqueira, causa um aumento rápido e repentino do nível de um rio corrente ou cheio, devido às chuvas nas cabeceiras ou em trechos mais altos de seu percurso.
Para evitar problemas, os banhistas que frequentam à região, principalmente, na parte baixa, área próxima ao antigo Hotel Conora, devem ficar atentos à previsão do tempo e evitem esses locais ao primeiro sinal de chuva. Em Itatiaia é possível ver os sinais de mudança do tempo observando a serra do Parque Nacional, onde ficam localizadas as cabeceiras de alguns rios. Caso o céu estiver escuro e fechado na parte alta, mesmo que na parte de baixo tenha sol, não se pode descartar a possibilidades de chegar uma cabeça d’água rapidamente.
O aumento muito rápido do volume, a mudança da cor da água no rio, a alteração na coloração clara e límpida para barrosa e suja, sempre são sinais claros de quem a tromba d’água está chegando. A presença repentina de galhos, folhas e outros materiais flutuantes na água também contribuem para a identificação.
Muito bem observado, uma matéria de auto valor na estação de verão, onde devemos relatar o auto fluxo de pessoas com isso o aumento de bebidas alcoólicas nestes setores , dando encorajamento as banhistas e aumentando muito o índice de afogamentos, lembrando todo cuidado é pouco, casa Veja alguém se afogando e sendo arrastado pela correnteza, se não tiver técnica de salvamento não entre pois vc pôde se tornar outra vítima, procure ponto de apoio e comunique o ocorrido…
Exatamente Welbert Rosestolato Campos!
Excelente as colocações que você fez!
E jamais entre na água para resgatar alguém que esteja se afogando, pois você poderá se tornar também um vítima.
Com relação ao álcool, é um dos maiores problemas que temos, pois nos tornamos mais confiantes e é nisso que acontecem os acidentes.
Ótima matéria, muito importante essas informações principalmente neste período com muitas chuvas. Diversas pessoas reconhece os riscos mas mesmo assim cometem o erro de acessarem locais com alto índice de acidente, por acharem que não irá acontecer com ela.
Com certeza Bruno Barros, nessa época de verão as pancadas de chuva castigam bastante e aumentam o volume de água, consequentemente os riscos para quem frequenta cachoeiras aumentam!
Obrigado pelo comentário irmão.
De grande valia essa matéria. Contendo exatamente tudo que precisamos para curtir com segurança e tranquilidade esses ambientes. Parabéns aos responsáveis.
Obrigado João Alberto!
A ideia é alertarmos a população com relação aos riscos e tentarmos de alguma forma evitar que esses acidentes ocorram.
Agradeço o comentário.
Ótimo conteúdo, é muito bom saber e se prevenir nessas situações que podem ocorrer acidentes graves e muitas vezes vítimas virem a óbito, muitos casos tem acontecido e é sempre bom ler e assistir proficionais experientes falando no assunto. Parabéns pelo trabalho!
Exatamente Valdeir, óbitos dessa forma ocorrem diariamente em nosso país, se faz necessário alertarmos a população para mitigarmos os riscos.
Obrigado pelo comentário.
Que matéria fantástica! Contribuiu ainda mais sobre meu conhecimento sobre os riscos de se trabalhar/aproveitar o lazer em áreas como estas. Parabéns à todos os envolvidos.