Iniciativa garante monitoramento com câmeras e identificação visual; medida busca aproximar as comunidades das forças de segurança, criando um ambiente de mais confiança e combate à intolerância religiosa
A Secretaria Municipal de Ordem Pública, iniciou nesta semana o projeto “Templo Seguro”, voltado à segurança de unidades religiosas de diversas denominações e ao fortalecimento do diálogo inter-religioso. A iniciativa contempla patrulhamento preventivo, a criação de um grupo de trabalho permanente com representantes de diferentes crenças, a implantação gradativa de câmeras de monitoramento em locais de maior vulnerabilidade, a entrega de placas de identificação visual e a formação continuada da Guarda Municipal para atuar em casos de intolerância religiosa.
Quem tiver interesse na instalação das câmeras poderá solicitar uma visita técnica para avaliação e eventuais ajustes específicos, de acordo com a realidade de cada templo. Já em relação ao grupo de trabalho, não será mais necessário o contato telefônico para acionamento direto. As demandas passam a ser integradas à central de operações, que monitora e direciona em tempo real o atendimento às ocorrências. Na quarta-feira, dia 10, um grupo de religiosos de diversas crenças esteve na Central de Monitoramento da Ordem Pública para conhecer o Projeto.
Durante as visitas de orientação, os policiais explicam o funcionamento do programa e detalham como as solicitações encaminhadas ao grupo são tratadas, desde o registro até a atuação da guarnição no local. A dinâmica continuará a contar com um telefone disponível para o envio de informações adicionais, mas a prioridade passa a ser o acompanhamento integrado e coordenado, garantindo respostas mais rápidas e efetivas.
De acordo com o secretário de Ordem Pública, Major Daniel Abreu, a medida busca aproximar a comunidade das forças de segurança, criando um ambiente de mais confiança e respeito. “Estamos iniciando o projeto Templo Seguro em diálogo direto com lideranças de diferentes denominações religiosas – católicas, espíritas, evangélicas e de matriz africana – com o objetivo de fortalecer a presença do poder público junto às casas de fé da nossa cidade. Queremos prevenir crimes como furtos e depredações, combater a intolerância religiosa e, ao mesmo tempo, participar ativamente da vida comunitária, levando orientação, educação e apoio. É uma forma de estarmos cada vez mais próximos da população, garantindo proteção e respeito à liberdade de culto em Barra Mansa”, destacou o secretário.
O programa também prevê encontros com representantes de diferentes religiões, entre elas católica, evangélica, espírita e de matriz africana, para promover a troca de informações, a divulgação de ferramentas legais de proteção e o estímulo à convivência pacífica. Como parte da iniciativa, foram entregues placas de identificação do programa “Templo Seguro”, já instaladas em templos e terreiros de diversas religiões, incluindo casas de matriz africana, historicamente mais vulneráveis à intolerância, reafirmando o compromisso do município com a igualdade de tratamento, a visibilidade e o respeito a todas as crenças.
Segurança das casas religiosas
A representante da Tenda Espírita Pai Cambinda e da Comunidade Omáriô de Jurema, Fabiola Amaral Tomé de Souza, destacou a importância da iniciativa para a segurança das casas religiosas de matriz africana.
– O projeto Templo Seguro é muito importante para a proteção das casas religiosas de todas as denominações na cidade. Ele garante segurança física, patrimonial e material, ao mesmo tempo em que reforça o combate à intolerância religiosa. Para nós, que somos de casas de matriz africana, essa ação é fundamental e representa um grande avanço na defesa da diversidade religiosa – afirmou.
Durante a apresentação, o subtenente da Polícia Militar, Pablo Rafael, especialista em intolerância religiosa, reforçou a importância da formação continuada para agentes de segurança e do apoio direto às lideranças.
– É hora de nos unirmos contra a intolerância religiosa. Participei de capacitações específicas sobre o tema e aceitei o desafio de trazer esse conhecimento para Barra Mansa. Nossa meta é instruir a Guarda Municipal e oferecer suporte a pastores, missionários, pais e mães de santo, bem como a todas as religiões que enfrentam esse problema. Queremos construir um ambiente de respeito, prevenir casos de depredação e criar mecanismos de vigilância que tragam mais segurança aos templos e aos fiéis – destacou o subtenente.



















