Mulher não usava capacete, muito menos lanternas e faróis; polícia investiga se ela teria ingerido bebida alcoólica
A morte de uma mulher de 45 anos na Rodovia Presidente Dutra, em Itatiaia, na noite deste domingo, dia 26, levantou uma série de discussões sobre utilizar rodovias movimentadas, como a Via Dutra, principalmente no período noturno, para se locomover de bicicleta. Os riscos são enormes. Para se ter ideia, mais de 8 mil ciclistas morreram no trânsito, no Brasil, na última década (entre 2010 e 2020), e o número de acidentes aumentou 45% em sete anos.
No acidente deste domingo, a colisão foi por volta de 19h40min na altura do KM-324 no Posto Fiscal da Receita Estadual de Nhangapi, em Itatiaia, quando a carreta seguia para a balança da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A mulher não usava equipamentos de segurança como farol, lanterna traseira e nem capacete, segundo informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também investiga se ela teria ingerido bebida alcoólica. Mesmo com ferimentos graves ela chegou a ser socorrida pela equipe de resgate da Nova Dutra, mas, morreu a caminho do hospital de Emergência de Resende. Segundo apurado pelo reportagem, ela teria ido comprar um lanche e era moradora das proximidades.
Segundo informações da equipe da 7ª Delegacia da PRF, o caminhão saía da pista principal, acessando a faixa de desaceleração para entrar no posto fiscal, quando se deparou com a ciclista no meio da faixa de desaceleração. O motorista não conseguiu desviar ou frear a tempo de evitar a colisão na traseira da bicicleta. Ele disse que o local estava muito escuro e não conseguiu desviar para a esquerda por haver outros veículos passando na faixa ao seu lado. O registro de homicídio culposo na direção de veículo automotor foi feito na 99ª DP de Itatiaia.
Para o jornalista e ciclista, Vinicius Ramos, editor do jornal Folha do Interior, utilizar rodovias como a Presidente Dutra e a RJ-155 (Barra Mansa x Angra dos Reis), por exemplo, não é aconselhável. Ele lembra que mesmo com equipamentos de segurança (capacete, farol e lanterna traseira), o risco ´é muito grande. “Não aconselho o uso das rodovias, mesmo para quem usa a bicicleta como meio de locomoção. Para atletas em treinamento ou em passeio também é muito perigoso. O movimento de veículos pesados nestas rodovias é muito grande. O ponto cego dos retrovisores durante o dia e escuridão a noite, deixam a situação ainda mais arriscada”, disse.
Brasil tem mais bicicletas do que carros
Existem mais bicicletas do que carros no Brasil. São cerca de 50 milhões de bikes contra 41 milhões de automóveis, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar disso, apenas 3% das viagens diárias no País são realizadas por ciclistas, enquanto 25% são feitas com automóveis, segundo a Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP). O risco de morte é um dos principais motivos para esses números. A quantidade de atropelamentos de ciclistas cresceu 45%, passando de 1.064 óbitos em 2012 para 1.545 em 2018, conforme a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Quase 10 mil internações hospitalares foram registradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2012, o que gerou R$ 115 milhões em gastos para tratar traumas ocasionados em colisões com motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e outros veículos.
CCR Nova Dutra faz orientações para pedalar na rodovia
Dicas de segurança para o ciclista:
– Vestir roupas claras;
– Trafegar sempre pelo bordo externo do acostamento;
– Não utilizar fones de ouvido. Escutar o trânsito é fundamental;
– Jamais pegar rabeira ou vácuo;
– Pedalar sempre em fila indiana, nunca em pares;
– Redobrar atenção na entrada e saída de rodovias
– Seguir no sentido do tráfego, o que é obrigatório e usar lanternas, faróis e capacete
Perigosa também é Barra Mansa X Bananal com falta de escape e mato alto.