Dia Mundial das Vítimas de Trânsito é celebrado hoje, 21/11: Detran.RJ oferece serviço gratuito de apoio à população
“Em 2017, sofri um acidente de trânsito no qual perdi meu pai e minha mãe. Não tinha mais vontade de viver. Era dor, saudade e sofrimento. Se não fosse o NAVI, eu nem estaria mais aqui hoje. Foi um divisor de águas na minha vida. Me ajudou muito a ressignificar tudo isso”. O depoimento é do estudante Victor Hugo Ramos Oliveira, que viveu um grande drama com a perda dos pais, história de superação relembrada pelo Detran.RJ, hoje (21/11), no Dia Mundial das Vítimas de Trânsito.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem, por ano, em acidentes de trânsito e metade das vítimas são pedestres, ciclistas e motociclistas. No Brasil, são cerca de 40 mil mortes por ano – nosso país ocupa o quarto lugar no ranking mundial de mortes e os jovens são as maiores vítimas. Oferecendo apoio às vítimas de acidentes no trânsito e seus familiares, o Detran.RJ mantém à disposição da população o Núcleo de Apoio à Vítima de Trânsito (NAVI), que atende gratuitamente, na sede do departamento – ou mais recentemente também online, por conta da pandemia. Para participar das atividades, os interessados devem ligar para 2332-0471.
O núcleo é formado por seis pessoas – sendo duas psicólogas e quatro estagiárias. Só este ano, foram realizados 136 atendimentos. Os profissionais que fazem parte do núcleo são preparados e sensibilizados para lidar com um público diferenciado. Além de profissionalismo, quem atua no setor tem uma atitude humana de compaixão e empatia para com cada um dos assistidos.
“O NAVI é apoio, acolhimento, respeito e carinho com muito profissionalismo. Em primeiro lugar, tem que acreditar que as coisas podem melhorar. Quando se está passando por isso, a pessoa acha que o sofrimento será eterno. Mas se aprende a lidar e a continuar. O luto não tem um prazo específico, por isso a pessoa deve ressocializar para se ajudar”, explica Dnilda Côrtes, coordenadora do NAVI do Detran.
Qualquer pessoa que tenha sido, de alguma forma, vítima de trânsito, pode procurar o setor e participar das nossas atividades.
“Cada vida perdida tem grande impacto também nas vidas de familiares e amigos. Todos os dias, e no dia de hoje, em especial, lembramos da importância de um trânsito mais humano”, afirma o presidente do Detran.RJ, Adolfo Konder.
A doméstica Alessandra Rodrigues e Silva, que perdeu o filho em um acidente de trânsito há cerca de um ano, é mais uma assistida do NAVI que faz questão de destacar o atendimento realizado por este núcleo do Detran.RJ: “Sobreviver à perda de um filho é algo muito difícil de explicar. Cheguei ao NAVI por acaso. Estava ligando para o Detran para tratar de outro assunto e, na mensagem telefônica, entrou aquela parte que falava Disque 1 para o setor tal, Disque 2 para o serviço tal, até que citaram o NAVI. Aquilo me despertou. Liguei e uma profissional do núcleo me atendeu. Foi ótimo e começamos. Fui acolhida com muito carinho”, enfatiza Alessandra.
Mais sobre o funcionamento do NAVI
O núcleo oferece auxílio emocional às vítimas de trânsito e seus familiares, realizando atividades em grupo, onde seus integrantes trocam vivências, auxiliando-se mutuamente. Para muitos o NAVI representa o retorno ao convívio social, o que é muito importante, pois nos casos de perda de um ente querido é comum surgirem problemas que acompanham o luto patológico, como uma possível depressão.
“Geralmente é um público que se encontra ferido fisicamente e emocionalmente. As pessoas que nos procuram passaram por alguma experiência trágica devido à violência no trânsito e, na maioria das vezes, por perdas irreparáveis”, complementa a coordenadora Dnilda Côrtes.