Por Mauro Veríssimo
Mal tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal e o ex-advogado do presidente Lula, Cristiano Zanin, já conseguiu desagradar e prejudicar milhares de aposentados e pensionistas, que há anos aguardam a concretização do direito de terem seus salários calculados sobre todas as contribuições e não somente sobre as de julho de 1994 para cá, como são calculados pelo INSS. Ao invés de dar seu voto nos embargos apresentados pelo INSS, Zanin pediu vistas, atrasando o resultado em pelo menos 90 dias.
A chamada Ação de Contribuição da Vida Toda foi finalmente julgada pelo STF em 1 de dezembro do ano passado, mas, quando os aposentados achavam que seus processos na justiça iriam andar, o INSS, do Ministério da Previdência, do ministro Carlos Lupi (PDT), apresentou Embargos, com uma série de questionamentos. É um ministro de um partido que se diz trabalhista, fundado por Leonel Brizola, mas que também está prejudicando aposentados que contribuíram para o Instituto. Vejam bem: contribuíram e não doaram parte de seus salários para o INSS.
O recém-empossado ministro Zanin, na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, afirmou que iria se pautar pela isenção, garantindo que atuará com imparcialidade no Supremo Tribunal Federal, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja.
O que os aposentados esperam é que o ministro Zanin cumpra o que afirmou e que não se subordine aos interesses do INSS, que, com a ordem ou conivência do ministro Carlos Lupi, vem apresentando números falsos e recorrendo para não cumprir a decisão do STF, causando enorme prejuízo aos aposentados e pensionistas.
O pior é que muitos que entraram com o processo já morreram e, dependendo do INSS, outros muitos vão morrer sem verem seu direito respeitado.
Mauro Veríssimo é jornalista, especializado em Previdência Social.