Criminosos divulgavam Fake News contra policiais e políticos da região
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagraram na madrugada desta quinta-feira, dia 18, em Resende, a Operação Profile, visando cumprir 14 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra os responsáveis por estruturar uma rede de falsas notícias no Facebook, que tinha como objetivo publicar supostas matérias e acusações contra policiais civis e militares.
O nome da operação é uma alusão ao termo utilizado para um perfil pessoal no Facebook. Entre os crimes estão falsidade ideológica, calúnia, ameaça, stalking, corrupção ativa, ameaça e associação para o tráfico de drogas.
Os criminosos, por meio de um falso grupo jornalístico no Facebook chamado Voz Secreta, realizavam denúncias mentirosas contra policiais e políticos da região. Comando pelos perfis fakes com os nomes de Julia Maria, Agahta Aparecida e Ana Martha, os criminosos passaram a difundir desinformações, afirmando que a autoridade policial e outros policiais civis e militares integrariam uma suposta milícia que estaria cobrando taxas de comerciante e monopolizando o comércio de gás e a prestação de serviços de internet em Resende. As Fake News eram compartilhadas em grupo por outros perfis falsos e demais integrantes da facção criminosa.
Eles chegaram a criar montagens de diálogos de aplicativos de redes sociais, uma prática adotada na região desde 2019, ocasião em que o s criminosos se utilizaram da mesma tática para afastar uma tenente da Polícia Militar, lotada à época no 28º Batalhão de Volta Redonda. Na ocasião, circularam diversos “prints” com supostos diálogos entre a oficial e os traficantes daquela cidade, fato que foi amplamente divulgado pela imprensa local.
Dois membros do grupo são cunhado e irmã de uma das principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho da região Sul Fluminense. Ele é integrante de maior hierarquia na organização criminosa. Durante as investigações foi apurado que esse grupo é responsável pela estruturação da rede de Fake News.
A criação dos perfis falsos e os ataques às instituições públicas aconteceram logo após a troca de delegados da região. Acredita-se que a facção tenha ficado insatisfeita com as trocas de autoridades que resultaram na vinda do novo delegado de polícia, Ronaldo Aparecido de Brito, para assumir a titularidade da 89º de Resende, principal reduto das lideranças da facção criminosa.
A ação dos criminosos tinha o objetivo de criar condições políticas para que o delegado fosse transferido para outra unidade policial, impedindo que ele e sua equipe de policiais conduzissem investigações em Resende. A facção criminosa, por meio dos perfis falsos, passou a pedir explicitamente a saída do novo delegado.
Para ganhar a confiança da população, o grupo divulgava números de telefones e de Whatsapp para supostamente receberem denúncias. Assim a população acreditava que estava interagindo com órgãos de imprensa e repassava informações sensíveis a traficantes, se expondo a graves riscos de vida.