Moradores do Sul do Estado estão buscando turismo regional; cidades como Vassouras e Itatiaia estão entre os destinos mais escolhidos com 70% e 55% de ocupação hoteleira
Viagens para perto de casa, com pequenos deslocamentos, já são uma realidade após o fechamento de alguns destinos no Brasil e no mundo por conta da pandemia de Covid-19. Você sabe o que é “staycation”? Provavelmente, você já deve ter praticado e só não conhecia o conceito. Pois bem, trata-se de “turistar” pela própria cidade ou arredores, conhecendo atrativos e realizando atividades que podem ser já conhecidas ou não por você com deslocamentos de até 300 km. Segundo pesquisa da Booking.com, mais da metade da população brasileira, 55%, demonstrou interesse em conhecer um novo destino na região em que mora.
Região Sul Fluminense: Onde ir ? O que fazer?
Itatiaia: A altitude da sede urbana do município de Itatiaia é de 505 metros, no entanto atinge 2.791,55 metros no Pico das Agulhas Negras, local mais procurado da cidade que se localiza no Parque Nacional do Itatiaia. A cidade possui uma área de 225,54 km² que pode ser dividida em 4 regiões: Central, Penedo, Maromba e Maringá, que também são ótimas escolhas para curtir um passeio, trilhas e cachoeiras.
Resende: Visconde de Mauá, região que está situada nos municípios de Resende (RJ), Itatiaia (RJ) e Bocaina de Minas (MG). Possui locais esplêndidos para a prática de esportes como o vôo livre, canoagem, trilhas, mountainboard e mountain bike. A localidade conta com uma rede hoteleira atuante como restaurantes que variam da comida caseira (mineira) à tradicional, com destaque para os pratos preparados com o pinhão, fruto da araucária. Nos últimos anos ficou famosa a Festa do Pinhão e o Festival Gastronômico que reúne renomados chefs de cozinha. Ainda tem a Serrinha do Alambari, Vargem Grande e Pedra Selada, que se destacam para o turismo ecológico.
Angra dos Reis: 365 ilhas, uma para cada dia do ano, mais de 2000 praias a sua disposição. Natureza exuberante em um dos lugares mais bonitos do Brasil.
Arapeí: Tem Balneário Monte Alegre com Caminhada ecológica, partindo da Fazenda Monte Alegre até a cachoeira e quiosque, passeio por floresta de pinho e banhos em rios pedregosos. Cachoeira da Gruta e diversas fazendas históricas.
São José do Barreiro: a microrregião de Bananal que possui como principal atrativo o Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde se inicia a travessia do Caminho de Mambucaba (Trilha do Ouro) e também se chega à cachoeira Santo Isidro e à cachoeira das Posses.
Paraty: uma cidade histórica, passeios culturais, bela mata atlântica, boa cachaça, eventos, arte, gastronomia, arvorismo, tirolesa e uma atividade mais calminha e relaxante é a observação de aves. Esta atividade vem ganhando cada vez mais adeptos, e motivos não faltam: em Paraty há 448 espécies de aves catalogadas.
Bananal (SP): Serra da Bocaina, onde pode-se visitar as cachoeiras, um passeio “obrigatório” na região. O local tem trilhas curtas e vistas incríveis para a baía de Angra dos Reis. Também pode visitar as fazendas históricas da época áurea do café, e a estação ferroviária, entre outros.
Vassouras: Detentora de um riquíssimo legado histórico-cultural, herança dos tempos áureos do café no Vale do Paraíba fluminense, Vassouras é considerado o berço da diversidade cultural e tem se consolidado como importante destino turístico no estado do Rio de Janeiro. Conhecida por possuir ótimos Hotéis Fazenda, ainda tem o passeio pela Antiga Estação Ferroviária, a Praça Barão de Campo Belo e a Igreja Matriz.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), o turismo na região serrana do Rio de Janeiro retornou aos níveis pré-pandemia. Cidades como Conservatória, Vassouras e Itatiaia apresentaram taxas de ocupação hoteleira média acima dos 60% no mês de julho, com destaque para Vassouras, que chegou ao índice de 70% nos finais de semana.
O levantamento apontou que o município de Itatiaia, na região das Agulhas Negras, preencheu 55% dos leitos durante o período analisado. O secretário de Estado do Turismo do Rio de Janeiro, Gustavo Tutuca, destacou a importância das ações de apoio aos municípios, principalmente, à região Sul Fluminense com o turismo rural e ecológico. “Estamos trabalhando para fortalecer o interior do Estado como destino turístico, preparando os municípios por meio de capacitações e com diálogo direto, para entender e saber suas demandas”, disse.
A jornalista Elisa Veiga, de Resende (RJ), é uma delas. Com a impossibilidade de viajar para destinos mais distantes, ela viu em Vargem Grande, distrito de Resende, o seu refúgio. “Como eu trabalhava na TV eu já conhecia muitos lugares indo fazer matérias, mas poucas vezes passeando. “Descobri” a região da Pedra Selada, que fica no distrito de Vargem Grande. Como o meu filho é pequeno também penso na educação ecológica dele, de admirar a natureza, de se entreter com coisas simples. Ir pro meio do mato, brincar com uma folha, brincar com um pedaço de pedra. Foi muito bom, conforme as coisas foram abrindo mais a gente começou a ir para a área rural”, ressaltou.
A servidora pública, Nair Nepomuceno, de Volta Redonda (RJ), foi outra que aproveitou uma pausa no trabalho para conhecer um destino mais próximo: Visconde de Mauá. “O passeio é revigorante neste lugar, localizado na Serra da Mantiqueira. Lugar único e aconchegante com natureza exuberante, com cachoeiras e uma vista privilegiada do Rio Preto que corta a região e divide os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Vale a pena conhecer, se você quer ter um dia de descanso. Taí um ótimo passeio e o mais importante lembrar da preservação ambiental”, enfatizou.
O turismo antes da pandemia do Covid-19
Para se ter ideia do impacto econômico dessa atividade para o país, antes da pandemia do Covid-19, de acordo com dados do Ministério do Turismo, em 2018, o Brasil recebeu 6,6 milhões de turistas, a maior parte deles da América do Sul (61,2%) e da Europa (22,1%). Em média, cada um desses viajantes gastou R $197,18 por dia. Em 2018, o setor rendeu US $152,5 bilhões ao país, o equivalente a 8,1% do produto interno bruto (PIB).
Para o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurante do Sul Fluminense (Sindsul Hotéis), Alexandre Magno Vieira, o trabalho do governador do Estado e dos deputados de apoiarem o setor, está sendo fundamental para a retomada das atividades na região e no Rio de Janeiro. “O turismo foi muito afetado pela pandemia, e o apoio do governo para o retorno gradual é uma iniciativa para ajudar muito as empresas, e outras que até fecharam as portas. Além dos incentivos, a liberação de linhas de crédito ajuda as empresas na retomada, na contratação de mão de obra e nos investimentos para o avanço do setor”, explicou Alexandre.