Agentes investigados atuavam em batalhões de Resende e Volta Redonda; um dos acusados é apontado como um dos grandes responsáveis pela venda ilegal de armas e munições na Região Sul Fluminense
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria da Polícia Militar, realiza nesta sexta-feira, dia 18, a operação “Bote Sujo”, para cumprir mandados de prisão contra três policiais militares denunciados pelos crimes de associação criminosa voltada para a apreensão ilegal e comércio ilegal de armas de fogo em Barra Mansa. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar do Estado do Rio de Janeiro e todos os alvos foram presos.
As investigações demonstraram que os policiais militares Janitom Celso Rosa Amorim, vulgo Celsinho; Luciano Julio de Souza, vulgo Batata, lotados no 37º BPM (Resende); e Renan Braga da Silva, lotado no 28º BPM (Volta Redonda), no exercício de suas funções, se juntaram para realizar “botes” em criminosos e apreender ilegalmente armas, sem apresentá-las à autoridade policial, e, posteriormente, comercializar essas armas e munições com diversas pessoas, muitas delas sem porte de arma e com passagens policiais. Também ficou comprovado que o grupo chegava a realizar furtos de outras armas, valendo-se, inclusive, de ferramentas para o rompimento de obstáculos, como portões e cercas.
Ainda de acordo com a denúncia, “a investigação também comprovou que o policial militar e ora denunciado Julio de Souza, vulgo Batata, é um dos grandes responsáveis pela venda ilegal de armas e munições na Região Sul Fluminense, valendo-se do seu registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) para cometer tal delito”.
Polícia Militar
Ao jornal Folha do Interior, o Alto Comando da Polícia Militar diz “não compactuar com esse tipo de atitude e entende que a lei deve ser cumprida, doa a quem doer. A sociedade de bem não pode viver à mercê do banditismo, seja interna ou por marginais. Agora é aguardar o término do processo”.
Ainda segundo informação do Alto Comando, sobre os acusados do 37º BPM, um foi demitido e outro está em indisponibilidade por determinação judicial. Já o oficial do 28º BPM está afastado, realizando somente serviços internos.